terça-feira, 20 de abril de 2010

POPULAÇÃO SE MOBILIZA EM DEFESA DA LAGOA


O Instituto Municipal de Meio Ambiente e Cultura de Sete Lagoas (IMMAC) foi para a ofensiva, ou melhor, para a mobilização popular em defesa do Parque Municipal da Lagoa da Chácara. Nesta quarta-feira, 15, às 19h30, a diretoria se reuniu com lideranças de bairros, ambientalistas, pesquisadores, professores universitários, advogados, funcionários públicos e com os vereadores Dalton Andrade (PT) e Renato Gomes (PV), ambos integrantes da Frente Parlamentar de Defesa do Meio Ambiente, presidida pelo petista Claudinei Dias.
A mobilização ocorreu no auditório da Casa da Cultura. A advogada e especialista em Direito Ambiental Alessandra Lisboa informou que o projeto de lei complementar que cria o parque municipal estará em votação na Câmara na sessão marcada para terça-feira, dia 20. Quando esteve na Câmara, o presidente da entidade, Davisson Andrade declarou que “esta é a única área verde que temos no Centro da cidade” e alertou para “o impacto ambiental que isso – a transformação da área verde em condomínio de luxo - pode causar.”
Amaro Marques, autor do poema “Sobre Colonizadores e Índios”, escrito especialmente sobre o momento em que se decide a criação do parque, disse que “Sete Lagoas está emudecida”, acerca da falta de debate a respeito do tema. “Este movimento – o IMMAC – nos dá a oportunidade de falar, inclusive desta submissão”, disparou. “Nossa visão é a mesma, não querem nos ouvir”, confirmou Alessandra Lisboa sobre a forma como o empreendimento imobiliário está sendo conduzido sem que a população tenha informações claras e específicas.
A fundação do IMMAC despertou a professora e advogada Maria Antonina Sales. “Quero reforçar a esperança neste grupo. Sou de origem sindical, sou de luta, sou guerreira”, disse, sob aplausos do público.”Falaram – os empreendedores – que iriam apresentar conceitos, mas não se dignaram a mostrar as áreas, localizá-las e identificá-las”, criticou, ao citar a participação dos consultores na terceira audiência pública que tratou, na Câmara, do uso da área verde para fins imobiliários, quando, na verdade, a expectativa do público era saber como se daria a criação do parque público municipal.
Parque ou condomínio – Na área em debate poderá ser construído um residencial particular ou o Parque Municipal da Lagoa da Chácara, de uso público. Única área verde remanescente na região central da cidade, o terreno abriga a Lagoa da Chácara, uma das 7 que dão o nome oficial do Município de Sete Lagoas. Apesar do imbróglio, o engenheiro florestal Thomaz Correa Castro afirmou, em palestra, que “a nossa idéia não é o embate, mas que há leis ambientais a serem cumpridas, assim como valores financeiros a pagar pela desapropriação do terreno em parque”, assinalou.
Além de ser a área remanescente da região central, o terreno da Lagoa da Chácara pode ter riquezas de valor arqueológico, destacou André Lupiano, presidente da Associação dos Moradores do Morro do Claro. “Foi descoberto um barco de 7 ou 8 metros de comprimento na área. Isso indica que a área de abrangência da lagoa foi bem maior do que é hoje”, conclui. Correa Castro reforçou a idéia de Lupiano ao dizer que no Parque da Cascata, situado na APA da Serra de Santa Helena, “há pinturas rupestres em grutas”. Ou seja, a região conserva um potencial que pode revelar outras riquezas do ambiente que hoje está em debate. Outros destaques feitos pelo engenheiro a respeito da área referem-se à existência de características típicas de mata atlântica na região. “É preciso garantir a preservação do local, pois já temos várias leis de proteção do local”, finaliza Thomaz Correa Castro.

Legenda da foto: Alessandra Lisboa, consultora ambiental e Thomaz Correa, engenheiro florestal

Crédito: Caio Pacheco

Instituto Municipal de Meio Ambiente e Cultura de Sete Lagoas – IMMAC
Assessoria de Imprensa
Caio Pacheco
Contato: 9707-2233

Nenhum comentário:

Postar um comentário